segunda-feira, 29 de março de 2010

"This Big Wooden O... ou Encontros e Desencontros"



Sim, eu demoro muito pra dar pinta no meu próprio blog...

Não gosto de fazer de qualquer jeito e acabo só fazendo a passiva e leio ( nem deixo comentário - shame on me ) os blogs que adoro.

Mas não passa um dia sem que eu não publique mentalmente meus posts. Sem que eu desenrole um texto bem legal na minha cabeça e acabe me satisfazendo com isso.

Mas isso é egoísmo e o bom da vida é compartilhar, né?!

Nesse momento entram as questões de o que escrever primeiro. Seguir a ordem dos eventos ou trabalhar na ordem de importância dos mesmos... Difícil viu!

Estou com posts amarrados que nunca saem, e hj, durante a execução do meu post mental cheguei a uma fabulosa ( at least for me! ) conclusão... Os assuntos que preciso, quero e devo tratar estão entrelaçados, de mãos dadas juntinhos, e nada melhor e mais bacana que falar do motivo deles estarem assim.

Fui num Encontro de Blogs ano passado que foi determinante pra mim. Veio numa hora ótima. Fui a vários médicos, continuei a me cuidar, emagreci. Jamais esquecerei isso...

Nhai!

Fui em outro encontro, novamente a queida Ana por trás e curti muito! Pude conhecer a outra Ana, vizinha querida, leve, ácida, divertida e desbocada, ou seja: perfeita! Foi ótimo ver que moda, estilo, make não são privilégios de bonequinhas, mas algo cool pra gente real que tem mais o que fazer. Muito, muito bom!
Alô mamãe!

Nesse período minha avó, que tinha Ausheimer ficou piorzinha, foi internada pouco depois do encontro e várias coisa chatas e tristes aconteceram. Poucos dias antes do Carnaval ela faleceu...

Nesse mesmo meio tempo uma amiga mais que mais que mais que querida viria para o Rio, e por conta da vida volta e meia estar de brinks com a gente ela acabou ficando mesmo aqui em casa conosco.
#afriend

Ficaria dois dias, acabou ficando 5...
Foi embora com seu marido e sua filha e deixou um buraco ENORME na minha casa...

Foram dias divertidos de risos, confissões, diversão, passeios, amizade...

E tudo isso só pode acontecer por conta de um probleminha, por ruídos de comunicação...
Mas tudo, tudo o que acontecia era redondinho, fechado, hermético e perfeito. Como no dia em que saímos e não pudemos ir ao restaurante x porque Gaël meu amigo marido de minha amiga Gabi estava de chinelo. Nesse dia fizemos várias coisas e ao voltarmos pra casa Gaël acaba doando suas havaianas, as mesma que deixaram a gente fora do restaurante, para um catador de latinhas dizendo que ele precisava muito pois trabalhava e estava descalço...

Isso é só um pouco de um tudo gigantesco, de uma amizade e de um amor sem fim...

E nesse sábado, teve outro Encontro, um encontro Off com glam de haute couture...
Ana brilhou novamente mas com sua simplicidade e seu jeito de pop star.
A comida deliciosa, os palestrantes ca-ti-van-tes, as sorteadas umas fofas. Tudo tão querido.

Drama Queen do Bem!

Conheci meninas lindas que carregam uma bandeira que eu também carrego, que minh amiga já carregou, a te termos um "algo a mais", yes, we are plus size!

Que boca é essa Renata?!

Brindeeeees!

Independente de dieta, exercício ou whatever nunca vou ser mignon, nunca vou ser magrelamas tem muita gente, de muita indústria que não percebe isso. Nunca percebeu...
Mas em grupo é muito mais fácil de ser ouvido né...

O planeta é redondo, a vida, os eventos acontecem de forma hermética, cíclica, e eu sempre, sempre terei curvas e voz pra falar delas!

Drama Queen...

Obrigada queridos, por completarem as páginas do meu album de forma tão perfeita!
Obrigada mesmo!

quarta-feira, 10 de março de 2010

Push

Faz tempo que não vinha aqui...

Muitas coisa extremamente significativas aconteceram. Queria escrever sobre todas pois tudo o que acontece comigo é importante, é relevante... mas sou apenas uma pra essas 24 horas do dia...
Hoje me aconteceu de conversar rápido com uma aluna ( ex-aluna na verdade) super querida, que no meio desse mundo de relações internacionais, medicina e engenharia está pensando em fazer letras...

AMO minha profissão. Todas são importantes, tá, algumas não me convencem, mas acho a minha profissão o máximo. recomendo?! Hummm...
Ela me disse também que os pais desejam outra coisa para ela.

Pai e mãe sempre querem o melhor, sempre.

Quem sou eu pra ir contra isso...

Mas quem sou eu pra deixar de enxergar o brilhinho do olhar dela quando ela diz amar inglês... Quando eu lembro dela chegando na sala de aula com uma disposição invejável e travando diálogos incasáveis comigo, não me trazendo a sensação de reverberar no além uma vez que o perfil da turma dela era de suuuuuuuuuuuuuper, ultra calado.

Falei rapidinho prometendo outra conversa. Dei mais uma aula e fui pro delicioso break. Horário em que a gente troca ideias, ri e curte e num #oscarfeelings tremendo começamos a falar de filmes que nos fizeram chorar.

Vinícius falou de Precious. Ele narrou um breve diálogo onde a professora de Precious dizia ser aquele seu primeiro dia, seu primeiro contato com sala de aula...

"How do you feel?"
"Here!"

Tá, essas duas linhas não dizem muito pra vc agora, mas pra quem viu o filme e estava nessa mesa comigo sabe do que eu estou falando... nao preciso dizer que a mesa inteira estava de olhinho vermelho e fungando.

A grande remuneração do professor, nosso combustível é a conquista, a paixao, o desafio. A capacidade de receber um individuo em determinado ponto de sua vida e leva-lo a outro. O sabor de ver pessoas crescendo, amadurecendo e renovando em suas vidas e beber dessa juventude, se reinventar, se alimentar de sonho e nunca envelhecer...

Como tudo na vida e como "Maneco" diria Dissabores existem... Na era do twitter tem momentos em que temos mais que nunca que acreditar que determinados comentários não tem cunho pessoal, mas sao manifestos breves de um cansaço adolescente, são uma forma rebelde de transgredir e parecer cool, falar sem medir consequências, coisas que com o tempo a vida mostra que não é bem assim.

Mas aí chega a noite, depois da filha dormir, a gente chega nesse mesmo twitter e se depara com essa doçura...



"@DeboraPrado_
ainda to indecisa.. conversar c/ a @RenataSabino me faz pensar: CARA, quero ser igual a ela! Mas eu tenho medo de ser uma merda como prof... "

Ai ai... a gente é o que é...

Queria eu ser como a Débora...

Genial, alegre, amiga, inteligênte, querida, madura, espontânea, preocupada...

Tenho medo de ser uma merda como professora também. De um dia cansar de lutar, de me fazer ser compreendida, de mostrar que eu sou mais um ser-humano cumprindo minha função no ciclo da vida. Mais uma pessoa tentando educar pessoas basicamente porque acredito que esse é a maneira que encontrei de fazer o mundo um lugar melhor pra se viver.

Medo de ser uma merda quando a gente é professor acontece muito: num momento de pouco caso, numa conversa que te faz sentir ser a mulher invisível, numa revirada de olhos que a genet acaba captando, numa risada maldosa... Mas tem, sempre as Julianas , as Denises, os Brunos, os Felipes, as Helenas e é claro, as Déboras que fazem a gente achar que ser professor e a melhor coisa do mundo e que ensinar vale 100% a pena.

Débora brilhara na profissão que quiser e seus pais se orgulharão tremendamente dela, mas se ela decidir engrossar nosso time, muita, muita gente certamente vai lucrar com isso.

A vida é redonda. Acredito piamente nisso.

Débora me deu um livro de presente no ano passado. AMEI.

Sexta tinah uma consulta com o endócrino, sabia que ia mofar e comprei um livro pra me acompanhar na sala de espera. "Preciosa". Um Past Simple praticamente porque, I started and finished the action in the past, there at the waiting room.

Fiquei pensando no que fazer com o livro. Hoje tive minha resposta. Vai pra Débora.

Precious é uma historia sobre a vida, sobre abuso, sobre o qão bizarro pode ser um ser humano, mas é muito, demais um livro que fala do quanto um educador tem peso na vida de uma pessoa...
Debora, preciosa é a vida, preciosa é vc. Muito obrigada.







P.s. Revendo meu texto comecei a chorar pois escolhi nomes de alunos de fases importantes e distintas de minha vida com medo de ser injusta pois deixei tantos, tantos de lado... relendo Julianas e Denises, lembrei que a Juliana e a Denise em questão hoje em dia são adultas ( tá, falo isso da boca pra fora, pra mim sempre serão meus little monsters com 14, 16 anos...) e também trabalham na área de educação!

Ai coração...